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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A desnaturalização dos costumes

O QUE É CULTURA?

Na linguagem sociológica, cultura é tudo o que resulta da criação humana. O homem cria, transforma e é afetado por essas transformações. O homem, ao produzir cultura, produz-se a si mesmo. Em outras palavras, ele se autoproduz. Logo, não há cultura sem o homem, como não há homem sem que haja cultura.

Alguns desses produtos, resultados da ação do homem, são materiais. É a face materializada da cultura. É quando o homem produz objetos manufaturados, produtos de uso cotidiano, instrumentos variados e por meio deles modifica seu ambiente físico e cultural; e procura dominar a natureza e retirar da mesma os recursos de que precisa. Por outro lado, o homem produz, também linguagem, idéias, concepções de realidade, fenômenos e criações de imaginação, como as produções artísticas; além de símbolos, valores, pensamentos, religião, costumes, instituições, que fazem parte da sua cultura não-material.


A cultura, pois, não somente envolve ser humano, mas penetra-o, modelando sua identidade, personalidade, maneira de ver, pensar e sentir o mundo. É um mundo de entidades subjetivas e objetivas com extrema diversidade e multiplicidade, ou seja, muita pluralidade.


As estruturas da sociedade influenciam decisivamente as estruturas do indivíduo. "A personalidade do indivíduo vai emergir, portanto, não só do contexto social, mas de um contexto social específico” (Silveira Telles, Sociologia para jovens. Petrópolis, Vozes 1993. p. 28.) Dessa maneira, a forma de ser das pessoas de uma determinada cultura apresenta características comuns, que as tornam semelhantes entre si e diferentes de pessoas de outras culturas.

A sociedade em que o homem vive nada mais é do que parte, uma parcela da cultura não-material. É nessa sociedade, com seus padrões, costumes, valores, bens materiais próprios, que o homem "se torna homem", desenvolve uma personalidade e assimila uma cultura, tornando-se, assim, um ser humano.

Quando o indivíduo nasce ele já encontra uma sociedade estruturada com regras, valores, filosofias, costumes, verdades, idioma, religiões, etc.; então esse indivíduo vai aos poucos interiorizando tudo o que a sociedade lhe oferece, ou seja, o que está objetivado nela. A esse processo chamamos de socialização, a qual é feita através da família, da escola, da religião, dos companheiros, da mídia, em síntese, por todo grupo social. Torna-se para o indivíduo a sua verdade, a sua "segunda natureza".

A cultura não é, pois, algo que existe fora do homem. Ela faz parte do seu íntimo. Ele só se torna "humano" porque vive em sociedade e internaliza todos os seus padrões , atitudes, maneira de pensar e, inclusive, as respostas às emoções. Se somos o que somos é porque temos contato com os outros seres humanos dentro de uma realidade específica, que se torna nossa verdade.

A socialização, ou seja, tornar-se "ser humano", no sentido de construir e assimilar uma cultura, é uma potencialidade que só o homem possui, mas que se desenvolve apenas na interação entre os indivíduos; e esta interação começa na família. O ser humano não nasce "ser social", ele torna-se "ser social" em contato com outras pessoas.


Fonte: MARCONDES, Mª Célia de Campos. Pluralidade cultural. In: Ensino fundamental e médio. Didática Paulista: São Paulo. Graduada em Ciências Sociais, Geografia, Pedagogia. Pós-graduada em Didática do Ensino superior.


RESUMO NO LINK:

http://www.4shared.com/rar/XxYAuWO0/Humanizao_da_Natureza.html

Contexto Histórico do Surgimento da Sociologia

TEXTO BASE:

SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA POSITIVISTA

A formação da Sociologia é o resultado histórico de uma necessidade urgente de dar respostas racionais aos problemas sociais inaugurados pela estrutura social moderna, consolidada através da dupla revolução liberal-burguesa (Revolução Francesa e a Revolução Industrial).

A Revolução Francesa, processo social e político ocorrido na França entre 1789 e 1799, cujas principais conseqüências foram a queda de Luís XVI, a abolição da monarquia e a proclamação da República, que poria fim ao Antigo Regime.
As
causas determinantes de tal processo estavam na incapacidade das classes dominantes (nobreza, clero e burguesia) de enfrentar os problemas do Estado, a indecisão da monarquia, o excesso de impostos que pesavam sobre os camponeses, o empobrecimento dos trabalhadores, a agitação intelectual estimulada pelo Século das Luzes e o exemplo da Guerra da Independência norte-americana. Os iluministas atacavam os fundamentos da sociedade feudal, os privilégios dos nobres e as restrições que estes impunham aos interesses econômicos e políticos da burguesia. Combinando o uso da razão e da observação os iluministas analisaram as instituições da época demonstrando que elas eram injustas e deveriam ser iluminadas.

A Revolução Industrial foi a expressão do poder da burguesia em ascensão e demonstrou a eficácia do novo saber inaugurado no séc. XVII, levando a concepção de cientificismo, no qual a ciência é considerada o único conhecimento possível e o método utilizado pelas ciências sociais o único válido. Representou também o triunfo da indústria capitalista.


Até o séc. XVII

Séc. XVII, XVIII e XIX

Senhor de feudal x servos

Burguesia x proletariado

Valores: família (linhagem)

Oposição ao trabalho

Valores: prestígio resultante do esforço e da capacidade de trabalho individual

Riqueza: terras

Riqueza: moeda, metais preciosos.

Influência do dogmatismo: e revelação

Poder exclusivo da razão (capacidade de discernir, distinguir e comparar)

A nova ordem social nascente, totalmente distinta do passado medieval e antigo, exige novas formas interpretativas, portanto a SOCIOLOGIA POSITIVISTA surge de uma combinação histórica e temporal entre os problemas e pontos críticos da modernidade, através da formação de um corpo teórico e metodológico estruturado numa forma de conhecer a realidade de modo racional e experimental, herança das ciências físicas e naturais.

Principais impactos das Revoluções na sociedade européia:

I. Crescimento das desigualdades e contrastes sociais implementados pela consolidação do capitalismo industrial, inaugurando a problemática e o tema da "questão social", que é apresentado nos aglomerados urbanos como Londres e Paris no século XIX.

II. Formação de um modo-de-produção (capitalismo) que subsiste através de uma relação contrastiva entre as classes, marcada pela expropriação "legítima" da força de trabalho do proletariado, ocasionando crises de pré-rompimento na relação capital x trabalho.

III. Rompimento com os modos de vida tradicionais e com as instituições morais pertencentes à tradição, eliminação gradual das relações cooperativas e comunitárias e inauguração de relações sociais dissociativas, intensificando a diferenciação dos indivíduos e provocando um processo de individualização.

IV. Racionalização estrutural das sociedades economicamente avançadas, na esfera econômica; inauguração de relações despojadas de valores afetivos e particularismos, na esfera política; burocratização do aparelho estatal, na esfera filosófica; laicização e secularização das instituições e condutas.


RESUMO NO LINK:
http://www.4shared.com/office/0ghnCwLw/01_01Surgimento_2.html


Um grande Abraço!!