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quinta-feira, 22 de março de 2012

ÉMILE DÜRKHEIM


Dürkheim e seus colaboradores formaram a fa-mosa Escola Sociológica Francesa, e dedicaram suas vidas e esforços á emancipação da Sociologia como disciplina cientifica, distinguindo seu método e objeto dos métodos e objetos das ciências naturais e das demais filosofias sociais.
O grande desafio era construir uma ciência que garantisse rigor metodológico suficiente para ultrapassar as noções vulgares e as paixões, cons-truindo um critério de objetividade e neutralidade do conhecimento; sem limitar-se à mera reprodu-ção do referencial metodológico das ciências naturais.
Suas principais obras foram: Da divisão do tra-balho social, As regras do método sociológico, O suicídio, Formas elementares da vida religiosa, Educação e Sociologia, Sociologia e Filosofia e Lições de Sociologia. Primeiro catedrático da história da sociologia é considerado o FUNDA-DOR da sociologia acadêmica.


I. Fato Social
OBJETO de análise, a partir do qual o sociólogo deveria conduzir suas investigações. Seriam ma-neiras de ser, agir e pensar consolidadas social-mente e que possuíssem 3 características:

a) exterioridade: existem e atuam sobre os indivíduos independente de sua vontade ou adesão conscientes, pois existem fora deles. Para existirem, os valores sociais não necessi-tam expressar-se em uma determinada pessoa, nem que este esteja de acordo com eles. Independem dos indivíduos, são exteriores a ele.

b) coercitividade: os fatos sociais impõem-se aos indivíduos levando-os a se conformarem às regras e preceitos morais da sociedade em que vivem. Submissão do indivíduo às regras sociais - leis, língua, família. Ao desvio, à re-sistência aplicam-se as sanções ou punições, que podem ser legais/jurídicas ou espontâ-nea.

c) generalidade: por isso tornam-se freqüen-tes, repetindo-se senão em todos os indiví-duos, na maioria deles. Constituem-se fun-damento da sociabilidade, e principal força integradora da sociedade.


II. Consciência Coletiva
Os fatos sociais são formados a partir de repre-sentações coletivas, ou seja, como a sociedade vê a si mesma o mundo que a rodeia, que produz a CONSCIÊNCIA COLETIVA, que se sobrepõe às consciências dos indivíduos.
A consciência coletiva é composta pelo conjun-to de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade. Ao nascer o indivíduo já encontra um conjunto de regras morais e legais que se impõe a ele, independente de suas interpretações ou desejos pessoais.

III. O Método
Para que os estudos tenham base científica, ca-pazes de superar as noções vulgares e a afetivida-de, o cientista deveria, segundo Dürkheim, tratar os fatos sociais como COISAS exteriores e inde-pendentes de sua existência; tais fatos deveriam ser observados de maneira, absolutamente, neutra e objetiva.


IV. Normal e Patológico
Os fatos sociais podem ser classificados por seus estados de normalidade ou patologia, como qualquer outro organismo vivo.
É normal o fato social que, a princípio, apresen-ta-se generalizado e cristalizado na sociedade e aceito pelo consenso social, apresentando alguma função importante para a evolução ou adapta-ção do organismo social. Além disso, a normalidade também se expressa na reação dos indivíduos que confirme ou defenda a moral vigente, a ordem e a consciência coletiva.
Patológico seria o fato social que colocasse em risco essa mesma ordem ou moral vigente, invia-bilizando o funcionamento da sociedade. Noutras palavras, patológico é o fato social que desenca-deia crise e enfraquecimento da consciência cole-tiva. Isto pode se dar em duas circunstâncias distintas:
a) quando a TAXA DE INCIDÊNCIA de cri-mes é tão alta (o critério aqui não é único, e varia de acordo com o preceito moral agredido e sua impor-tância para a estabilidade das instituições) que a despeito das reações de confirmação da consciência coletiva, o número de eventos — POR SI — é capaz de desen cadear uma situação de crise.
b) quando ocorre a quebra do “bom senso” so-cial, ou seja, quando independente da taxa de inci-dência, os indivíduos adotarem uma postura forta-lecedora do comportamento anômalo, portanto, em discordância com as regras de condutas socialmente estabelecidas e enfraquecedora da moral social.

V. Papel Desempenhado pela Divisão do Trabalho Social
A sociologia positivista utiliza-se do método comparativo para estudar diferentes sociedades estabelecendo diferentes e hierárquicos estágios evolutivos.
Uma sociedade é considerada avançada se nela estiver presente altos níveis de divisão do trabalho social ou especialização que, por sua vez, asseguraria uma maior interdependência entre os indivíduos reforçando - de forma superior - a coesão social. Existiriam dois principais tipos de sociedades:

a) primitivas sociedades com pouca ou quase ne-nhuma divisão do trabalho social. Aqui a sociabilidade não sendo natural será forjada pela atuação da consci-ência coletiva. A semelhança é o fundamento da coesão social e o direito fortemente repressivo, caracterizando a SOLIDARIEDADE MECÂNICA.

b) avançadas sociedades marcadas por uma altíssima divisão do trabalho social. Aqui a interdependência entre os indivíduos derivaria naturalmente da especialização, de tal maneira que a consciência coletiva não precisaria atuar mais de forma repressiva. Assiste-se, pois, ao avanço do direito restitutivo. A diferença é o fundamento da coesão social, caracterizando a SOLIDARIEDADE ORGÂNICA.



VI. Anomia
Intenso enfraquecimento da moral social (e co-mo a moralidade é sinônimo de solidariedade, a sociedade encontraria-se diante de uma situação de absoluta desagregação e instabilidade), em que as normas não são capazes ou deixam de regular e moderar a competição na vida social, provocando um estado de guerra crônico. Sob essas circunstâncias os indivíduos deixam de ser solidários, a hostilidade e a desconfiança se generalizam. Não estando em contato, na medida em que os laços provocados pela solidariedade orgânica esvaíram-se, a própria continuidade da existência da coletividade se vê ameaçada. Esta situação caracteriza-se como o estado de ANOMIA.
Tal estado pode tanto ser resultado do agrava-mento de um fenômeno social de características mórbidas, quanto resultado de uma crise econô-mica - por exemplo. Para Dürkheim são três as possibilidades de anomia nas sociedades comple-xas: as crises industriais e comerciais, a relação capital X trabalho e a intensa especialização de tarefas no interior da ciência.


VII. O SUICÍDIO
Suicídio: ato de retirar a própria vida a partir da per feita consciência das conseqüências dos seus atos.

Altruísta
* Típico de sociedades com solidariedade mecânica, onde o indivíduo não se pertence.
* Levado por uma missão social inevitável de resgate ou manutenção da moral.
* Realizado por entre homens que chegaram no limiar da velhice ou acometidos por doenças, viúvas frente a morte do marido e fiéis que perdem seus chefes.

Egoísta
* Típico de sociedade com solidariedade orgânica, onde existe uma individualização desmensurada.
* Sensações de desamparo e desespero.

Anômico
* Típico de sociedades com solidariedade orgânica
* Resultado de situações de anomia ou desagregação social. Crise de 29.
 


Slides: Relação Indivíduo e Sociedade
http://www.4shared.com/rar/GiXHNa-2/file.html

Slides: Metódo
http://www.4shared.com/office/P5tYEfIe/file.html
 
Slides: Normal e Patológico / Divisão do Trabalho Social / Suicídio
http://www.4shared.com/office/cLMlJz4f/file.html




 A concepção de sociedade de Durkheim, baseada na ideia de fato social e solidariedade, é apresentada pelo sociólogo Gabriel Cohn e por meio de visita ao menor município do país, Águas de São Pedro, em São Paulo. Na cidade, a doutoranda Rachel Weiss apresenta pontos da teoria utilizando a relativa simplicidade da vida na pequena comunidade. Programa da disciplina Sociologia da Educação do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp

:: Vídeo 1 ::


:: Video 2 ::


1 comentário:

  1. Ta ai o video que "exemplifica" a Consciência Coletiva.

    Vitor

    http://www.youtube.com/watch?v=vffNLNZFKCY&list=UUddYq41_tZ1FnLlguLT6-Ow&index=26&feature=plcp

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