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sábado, 7 de julho de 2012

Ciência X Senso Comum








Os Três Tipos de Conhecimento:

A. Vulgar: é feito ao sabor das circunstâncias, sem método definido, dependendo de experiências ocasionais: “vivendo e aprendendo”.

B. Filosófico: é organizado, desenvolvendo-se, porém, no domínio das abstrações.
C. Científico: é organizado, desenvolvendo-se no domínio do concerto e experimental.
 
Ciência: é o conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis que os regem, obtido por meio da investigação e comprovado pela observação, pelo raciocínio e pela experiência intensiva.
A palavra ciência é de origem latina: scientia, verbo scire (conhecer), que significa conhecimento. A evolução semântica faz uma reserva da palavra para um tipo peculiar de conhecimento.
O conhecimento científico opõe-se ao conhecimento vulgar porque é organizado, sistematizado, contando com métodos, não se desenvolvendo ao sabor das circunstância. Opõe-se ao conhecimento filosófico porque se baseia na experiência sensorial, na operação concreta.


A ciência é, por natureza, empírica, racional, cumulativa e geral
EMPÍRICA: fundamenta-se na observação sensorial sistemática.
RACIONAL: utiliza-se metodologia adequada. É a racionalidade do processo de evolução, ou seja, constrói-se por indução e aplica-se por dedução. Indução no construir-se porque parte do individual para o geral. Aplica-se por dedução a realidades semelhantes, não generalizando hipóteses rejeitadas ou não comprovadas devidamente.
CUMULATIVA: aproveita dados comprovados e passos dados anteriormente e, ainda, contribuições paralelas.
GERAL: tende à universalização dos fenômenos comprovados, desde que em configuração igual ou estrutura semelhante.

 
Ciências Sociais
 Ciências sociais é um conjunto de ciências que tem por objeto o estudo dos diferentes aspectos da manifestação da vida grupal.
Toda as ciências sociais estão intimamente relacionadas porque todas elas estudam aspectos de uma só realidade: o comportamento social. Cada uma toma um aspecto diferente, com métodos por vezes diversos, mas o objeto material é um só. O que distingue as ciências é o objeto formal.
Entre as Ciências Sociais podemos destacar: Antropologia, Greografia Humana, História, Psicologia Social, Política e Sociologia.
ANTROPOLOGIA – ciência do homem como ser social e animal, que visa ao estudo das criações do espírito humano que resultam da interação social: conhecimento e idéias; normas de comportamento, hábitos adquiridos na vida social e pela vida social; estudo descritivo; classificatório e comparativo da cultura.
ECONOMIA – ciência que estuda a produção, distribuição, circulação e consumo de bens escassos, e a relação entre necessidades/desejos e bens.
GEOGRAFIA HUMANA – ramo da Geografia que estuda as influências recíprocas entre gupos/indivíduos e o meio físico.
HISTÓRIA – ciência que investiga e narra fenômenos irrepetíveis, suas formas, seus fatores e feitos, em objetivação interna e/ou externa.
POLÍTICA – ciência que estuda os fenômenos referentes ao Estado como fenômeno total que envolve as relações de poder.
PSICOLOGIA SOCIAL – estudo da personalidade como manifestação e inter-relação do indivíduo e seu meio social e cultural.
SOCIOLOGIA – ciência que estuda as relações sociais, as estruturas sociais, as transformações sociais, suas formas e seus fatores.

 

Problema Social X Problema Sociológico

A sociologia estuda os fenômenos sociais em geral, quer sejam percebidos ou  não como problemas.
Problema Social
a) Dois  critérios:
1. Sentimento de indignação moral que  um fato desperta  em grande parte da população
2. Temor de que um fato represente uma ameaça para a coletividade  
b) Um fato pode ser definido como um problema social quando  ameaça interesses  materiais de quem o percebe, mas também,  quando põe em risco a preservação de crenças  arraigadas numa  população. c) Problema social é considerado fenômeno social (problema sociológico) quando é passível de ser explicados cientificamente
Problema sociológico
a) Explicação teórica do que acontece na vida social. 
b) Os problemas sociais interessam ao sociólogo quando este é capaz de transformá-los em problemas sociológicos sendo a sua pretensão explicá-los e não resolvê-los.

SOCIOLOGIA
 
* Filha ilustre da Modernidade
* Nunca foi uma disciplina em que há um corpo de idéias que todos aceitam como válidas, nem é o resultado linear da evolução das ciências sociais, ao contrário é com o estabelecimento das rápidas transformações econômicas, política, culturais e sociais da modernidade que possibilitou a construção dessa nova ciência como resposta intelectual e prática às novas situações.
  
 
 
A)a)Revolução Econômico-social
B)
1. Revolução Industrial (Europa Séc. 19-20)
2. A importância da acumulação primitiva de capitais e a falência das práticas mercantilistas, além da ascensão de uma nova forma de organização do espaço produtivo.
3. As transformações na propriedade privada dos meios de produção: a desapropriação de camponeses e artesãos sua concentração nas mãos da burguesia urbana e a formação de uma nova classe (proletariado).
4. As mudanças nas relações de trabalho: a predominância do assalariamento, a disciplina fabril, as péssimas condições de trabalho, o exército industrial de reserva, os baixos salários, a absorção da mão de obra feminina e infantil, a insalubridade e a legislação trabalhista.
5. As mudanças no espaço e no convívio: a urbanização, a violência, o lúmpen, a prostituição, a periferia, etc.
6. Os movimentos sociais: a insatisfação quanto as condições de vida e trabalho, ‘as máquinas como origem do problema”, as primeiras organizações sindicais, a violência das manifestações e a reação da burguesia.
7. O papel do Estado: o apoio na criação de infra-estrutura para a industrialização e a repressão aos movimentos contestatórios.

EFEITOS
Caos social instalado:
- processo de proletarização, acirramento das desigualdades sociais  
- insatisfação popular quanto a precariedade das condições de vida e de trabalho (organização do movimento operário) 
-
Visão Positivistas:
- necessidade da ordem e harmonia social como chave para o desenvolvimento capitalista
- repressão institucional baseada em argumentação científica
- combate ao caos
- manutenção da ordem burguesa.
- se fazia necessário conhecer a sociedade para barrar seus excessos.

B) Revolução Política
1. O processo de tomada do poder político pela burguesia centrando a atenção na Revolução Francesa.
2. As contradições e obstáculos do Antigo Regime ao desenvolvimento do capitalismo.
3. O impulso teórico e ideológico representado pelos ideais iluministas.
4. As diferentes facções e sua representação no parlamento.
5. A hegemonia da alta burguesia e a oposição dos setores aristocráticos e populares.
6. A necessidade de manutenção do poder político e do resfriamento do ímpeto revolucionário através da utilização do próprio Estado.

EFEITOS:
 A tomada do poder pela alta burguesia e a imaturidade/desconhecimento quanto as possibilidades de ação do Estado. Era necessário racionalizar a atuação do órgão estatal a fim de transformá-lo em um ponto de apoio para o progresso e a contenção dos movimentos sociais. o esvaziamento do discurso revolucionário e a ascensão de uma retórica onservadora.




C) Revolução Cultural
1. A retomada da cultura greco-latina, a hegemonia da razão, o papel do homem no universo.
2. O percurso das transformações culturais (ciência, artes, religião, etc.) a partir do fim do modo de produção feudal até o momento das revoluções burguesas  
3. Os entraves para o desenvolvimento de uma mentalidade burguesa, racional, científica, pragmática e econômica.  
4. Iluminismo e o caráter revolucionário de seu conteúdo: o indivíduo, a liberdade, os direitos naturais, a contraposição ás instituições, etc.  
5. Desenvolvimento das ciências naturais tomando como base os métodos racionalistas, experimentalistas e naturalistas do período.
 
EFEITOS:
A absorção pela sociologia do método científico racionalista e sua inspiração nas ciências naturais: o experimentalismo, a tendência ao equilíbrio e à evolução. A inversão do discurso iluminista, pelos positivistas, exaltando as instituições e esvaziando a importância do indivíduo.







O PAI DO POSITIVISMO

Durante um certo período Comte foi secretário particular de Saint-Simon até que se desentenderam intelectualmente. Vários historiadores do pensamento social têm observado que Comte, em boa medida, deve suas principais idéias a Saint-Simon. Ao contrário desse pensador, que possuía uma faceta progressista, posteriormente incorporada ao pensamento socialista, Comte é um pensador inteiramente conservador, um defensor sem ambigüidades da nova sociedade.
O inventor do neologismo “sociologia” e pai do positivismo, também se mostra sensível às mutações das sociedade européias do século XIX. Segundo Comte: “as sociedades européias se encontravam em um profundo estado de caos social, as idéias religiosas haviam há muito perdido sua força na conduta dos homens e não seria a partir delas que se daria a reorganização da nova sociedade, nem muito menos das idéias dos iluministas. A propagação das idéias iluministas em plena sociedade industrial somente poderia levar à desunião entre os homens. Para haver coesão e equilíbrio na sociedade seria necessário restabelecer a ordem nas idéias e nos conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens”.
Convicto de que a reorganização da sociedade exigiria a elaboração de uma nova maneira de conhecer a realidade, Comte procurou estabelecer os princípios que deveriam nortear os conhecimentos humanos. Seu ponto de partida era a ciência e o avanço que ela vinha obtendo em todos os campos de investigação. A filosofia, para ele, deixava de ser uma atividade independente, com propósitos e finalidades específicas, para ser reduzida a uma mera disciplina auxiliar da ciência, tendo por função refletir sobre os métodos e os resultados alcançados por ela.
A verdadeira filosofia, no seu entender, deveria proceder diante da realidade de forma “positiva”. A escolha desta última palavra tinha a intenção de diferenciar a filosofia por ele criada da do século dezoito, que era negativa, ou seja, contestava as instituições sociais que ameaçavam a liberdade dos homens. A sua filosofia positiva era, nesse sentido, uma clara reação às tendências dos iluministas. O espírito positivo, em oposição à filosofia iluminista, não possuía caráter destrutivo, mas estava exatamente preocupado em organizar a realidade.
Em seus trabalhos, sociologia e positivismo aparecem intimamente ligados, uma vez que a criação desta ciência marcaria o triunfo final do positivismo no pensamento humano.
O advento da sociologia representava para Comte o coroamento da evolução do conhecimento científico, já constituído em várias áreas do saber. “É normal que a ‘física social’ se apresente depois das outras ciências, pois ela possui como objeto matérias mais complexas.”
Comte propõe e desenvolve a classificação das ciências, a ordem é: as matemáticas, a física, a química e depois a biologia, e por fim, a mais complexa de todas as ciências a Sociologia também chamada de “Física Social”.  Segundo essa classificação a ordem é da mais simples para as mais complexas e da mais abstrata para a mais concreta, e de uma proximidade crescente em relação ao homem.
Não era apenas quanto ao método de investigação que essa Filosofia Social Positivista se aproximava das ciências da natureza (observação, experimentação, comparação). A própria sociedade é concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico, por isso o Positivismo foi chamado também de Organicismo social, reflexo das Ciências Biológicas.
Desta forma, o positivismo procurou oferecer uma orientação geral para a formação da sociologia ao estabelecer que ela deveria basicamente proceder em suas pesquisas com o mesmo critério que dirigia a astronomia, a física ou a biologia rumo a suas descobertas. A sociologia deveria, tal como as demais ciências, dedicar-se à busca dos acontecimentos constantes e repetitivos da natureza.
Como você perceberá nas páginas seguintes, Comte considera como um dos pontos altos de sua sociologia a reconciliação entre a “ordem” e o “progresso”, pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade. Para ele, o equívoco dos conservadores ao desejarem a restauração do velho regime feudal era postular a ordem em detrimento do progresso. Inversamente, argumentava, os revolucionários preocupavam-se tão somente com o “progresso”, menosprezando a necessidade de ordem na sociedade.
A sociologia positivista considerava que a ordem existente era, sem dúvida alguma, o ponto de partida para a construção da nova sociedade, o progresso constituiria uma conseqüência suave e gradual da ordem.


SOCIEDADE CIENTÍFICA E INDUSTRIAL
A reforma social tem como condição básica a Reforma Intelectual

Diante do turbilhão de problemas vivenciados pela sociedade européia, em meados do século XIX, vários foram os diagnóstico levantados. Marx por exemplo, acreditava que esses problemas são frutos do próprio sistema capitalista, só sendo possível resolvê-los quando este regime for completamente destruído. Já Auguste Comte, defensor de uma sociedade industrial e científica, pelo contrário, não contempla esse tipo de pensamento, disse ele certa vez:

“ Um certo tipo de sociedade, caracterizado pelos dois adjetivos, teológico e militar, está em vias de desaparecer. O cimento da sociedade medieval era a fé transcendental, que ultrapassa os limites da razão, interpretada pela Igreja Católica; e as atividades militares. Um outro tipo de sociedade, científica e industrial, está prestes a nascer. A sociedade que nasce é científica, no sentido em que os cientistas substituem os sacerdotes e teólogos como a categoria social que dá a base intelectual e moral da ordem social. Assim como os cientistas substituem os sacerdotes, os industriais, no sentido mais amplo, isto é, os empreendedores, diretores de fábricas, banqueiros, estão assumindo o lugar dos militares. A partir do momento em que os homens pensam cientificamente, a atividade principal das coletividades deixa de ser a guerra de homens contra homens, para se transformar na luta dos homens contra a natureza, ou pela exploração racional dos recursos naturais.”

Auguste Comte conclui, a partir da análise da sociedade em que vive, que a reforma social tem como condição fundamental a reforma intelectual. A revolução ou a violência dos imprudentes não permite reorganizar a sociedade em crise. Para isso é preciso uma síntese das ciências e a criação de uma política positiva.
Como muitos de seus contemporâneos, Comte considera que a sociedade moderna está em crise, entretanto, encontra a explicação dos problemas sociais na contradição entre uma ordem histórica teológico-militar em vias de desaparecer e uma ordem social científica-industrial que nasce.
Com isso em mente, Auguste Comte interpreta a história da Europa como se ela absorvesse a história de todo o gênero humano,. e mais, a sociedade industrial, a sociedade da Europa ocidental, é exemplar, e se tornará o modelo de sociedade para todos os homens.
Na tentativa de descobrir como a Europa chegou a esse modo de ser superior, Comte desenvolveu a Lei dos Três Estágios.
A combinação da lei dos três estágios com a classificação das ciências tem por objetivo provar que a maneira de pensar que triunfou na matemática, na astronomia, na física, na química e na biologia deve, por fim, se impor à política, levando à constituição de uma ciência positiva da sociedade, a sociologia.


 
LEI DOS TRÊS ESTÁGIOS

A Lei dos Três Estágios, corresponde a três fases distintas percorridas pelo desenvolvimento do conhecimento e do espírito humano. Com isso, Comte acreditava ter descoberto “uma grande lei fundamental ou universal” da evolução da sociedade.
Cada um dos três estágios de sua lei possui características próprias, até mesmo, opostas entre si. Os três estágios são: (a) o Teológico ou Fictício, (b) o Metafísico ou abstrato, (c) o Positivo ou científico.


a) Teológico ou Fictício

O estágio Teológico é considerado o mais primitivo, no qual os fenômenos são explicados por meio de agentes sobrenaturais, como deuses e espíritos, a quem são creditadas todas as anomalias.
Os fenômenos naturais são explicados de acordo com a imaginação, por exemplo: os índios Kaxinawas, no Acre, explicam a origem do Raio como os kaxinawas que estão no céu e não deixam de trabalhar. Quando o machado escapole e faz brecha, cai o relâmpago na terra, fazendo o estrondo que é o trovão. O cupim vem, tapa o buraco e o trovão passa.
Assim sendo, o estado teológico seria aquele em que os homens atribuíam aos deuses as causas dos diversos fenômenos vivenciados no dia-a-dia. Na busca última para tudo, chegou-se à elaboração do monoteísmo, unificando as diversas divindades num só Deus.

b) Metafísico ou Abstrato

Comte não define muito bem esta fase, para ele o estágio Metafísico é apenas um período de transição do estágio Teológico para o Positivo.
Entretanto, conseguimos estabelecer algumas características, por exemplo, no estágio Metafísico ou Abstrato os fenômenos são explicados por meio de entidades abstratas, como a natureza, e não mais por agentes sobrenaturais. O abstrato ocupa o lugar do concreto, e a argumentação, o da especulação. Lembrando que, essa fase é apenas transitória. Aplicado à sociedade, esta fase adolescente, transitória e desordenada corresponde a um estado militar.


c) Positivo ou Científico

Depois do estágio de transição (o Metafísico), o espírito humano chega ao último estágio, o Positivo, no qual os fenômenos são explicados a partir de leis demonstradas experimentalmente. Isso faz com que o homem renuncie-se à busca das explicações absolutas, da origem e da finalidade do mundo, e das causas primeiras dos fenômenos, contentando-se em estabelecer as leis que o governam.
Aqui, são introduzidas duas noções importantes ao sistema positivo de Comte, isto é, a observação e a experimentação, próprias do conhecimento científico, que subordinam a imaginação e a especulação até então predominantes.
Segundo Comte, todas as formas de conhecimento passaram pelos dois primeiros estágios e vieram a se constituir definitivamente no último. Dessa forma, as sociedades evoluem de acordo com a “grande lei fundamental” a Lei dos Três Estágios.
Comte acredita ainda, que os indivíduos também passam por essa lei fundamental de evolução - a infância como nosso estágio teológico; a juventude como o metafísico, e a idade adulta como o positivo.
No plano histórico, este estado está em conformidade com a sociedade industrial. No seio podem novamente impor-se a ordem e o consenso. Tendo os industriais suplantados os guerreiros, os seres humanos não farão mais a guerra para obter poder e riqueza, mas irão cooperar para dominar a natureza e produzir em abundância para todos.


ORDEM E PROGRESSO

A Sociologia de Comte está relacionada com o caráter reorganizador da sociedade e das instituições, pois o autor via na Filosofia Positiva um instrumento para que o homem fosse reeducado para reorganizar as estruturas políticas e sociais visando à ordem e ao progresso sociais. O Positivismo propunha, enfim, um modelo de ação humana, uma ordem mundial, uma nova forma de relação dos homens entre si e dos homens com o mundo.
Apesar do otimismo em relação ao caráter apto e evoluído da sociedade européia, o desenvolvimento industrial gerava, a todo momento, novos conflitos sociais. Os empobrecidos e explorados (camponeses e operários) organizavam-se exigindo mudanças políticas e econômicas. Auguste Comte respondeu a tais pressões com as idéias de ORDEM E PROGRESSO.
Com essa idéia, Comte mostra dois tipos de movimentos na sociedade. O estático que procuraria ajustar todos os indivíduos às condições estabelecidas, garantindo o melhor funcionamento da sociedade, o bem comum e os anseios da maioria da população. E o dinâmico levaria à evolução transformando as sociedades, segundo a lei universal ou a “grande lei fundamental”, da mais simples à mais complexa, da menos avançada à mais evoluída.
Esses dois movimentos revelariam que a ordem seria o princípio que rege as transformações sociais, princípio esse, necessário para a evolução social ou o progresso. Essa ordem implicaria o ajustamento e a integração dos componentes da sociedade a um objetivo comum. Os movimentos reivindicatórios, os conflitos e as revoltas deveriam ser contidos sempre que pusessem em risco a ordem estabelecida ou o funcionamento da sociedade, e ainda, quando inibissem o progresso.
As instituições que mantêm a coesão e garantem o funcionamento da sociedade, por exemplo, família, religião, propriedade, linguagem, direito, etc., seriam responsáveis pelo movimento estático da sociedade. Comte relacionava os dois movimentos vitais de modo a privilegiar o estático sobre o dinâmico, a conservação sobre a mudança. Isso significava que, para ele, o progresso deveria aperfeiçoar os elementos da ordem e não destruí-los.
Assim se justificava a intervenção na sociedade sempre que fosse necessário assegurar a ordem ou promover o progresso. A existência da sociedade burguesa industrial era defendida tanto em face dos movimentos reivindicatórios que aconteciam em seu próprio interior , quanto em face da resistência das sociedades agrárias e pré-mercantis em aceitar o modelo industrial e urbano.

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