A. Vulgar: é feito ao sabor das circunstâncias, sem método definido, dependendo de experiências ocasionais: “vivendo e aprendendo”.
C. Científico: é organizado, desenvolvendo-se no domínio do concerto e experimental.
Ciência: é o conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis que os regem, obtido por meio da investigação e comprovado pela observação, pelo raciocínio e pela experiência intensiva.
A palavra ciência é de origem latina: scientia, verbo scire (conhecer), que significa conhecimento. A evolução semântica faz uma reserva da palavra para um tipo peculiar de conhecimento.
O conhecimento científico opõe-se ao conhecimento vulgar porque é organizado, sistematizado, contando com métodos, não se desenvolvendo ao sabor das circunstância. Opõe-se ao conhecimento filosófico porque se baseia na experiência sensorial, na operação concreta.
RACIONAL: utiliza-se metodologia adequada. É a racionalidade do processo de evolução, ou seja, constrói-se por indução e aplica-se por dedução. Indução no construir-se porque parte do individual para o geral. Aplica-se por dedução a realidades semelhantes, não generalizando hipóteses rejeitadas ou não comprovadas devidamente.
GERAL: tende à universalização dos fenômenos comprovados, desde que em configuração igual ou estrutura semelhante.
Ciências sociais é um conjunto de ciências que tem por objeto o estudo dos diferentes aspectos da manifestação da vida grupal.
Toda as ciências sociais estão intimamente relacionadas porque todas elas estudam aspectos de uma só realidade: o comportamento social. Cada uma toma um aspecto diferente, com métodos por vezes diversos, mas o objeto material é um só. O que distingue as ciências é o objeto formal.
Entre as Ciências Sociais podemos destacar: Antropologia, Greografia Humana, História, Psicologia Social, Política e Sociologia.
ANTROPOLOGIA – ciência do homem como ser social e animal, que visa ao estudo das criações do espírito humano que resultam da interação social: conhecimento e idéias; normas de comportamento, hábitos adquiridos na vida social e pela vida social; estudo descritivo; classificatório e comparativo da cultura.
ECONOMIA – ciência que estuda a produção, distribuição, circulação e consumo de bens escassos, e a relação entre necessidades/desejos e bens.
GEOGRAFIA HUMANA – ramo da Geografia que estuda as influências recíprocas entre gupos/indivíduos e o meio físico.
HISTÓRIA – ciência que investiga e narra fenômenos irrepetíveis, suas formas, seus fatores e feitos, em objetivação interna e/ou externa.
POLÍTICA – ciência que estuda os fenômenos referentes ao Estado como fenômeno total que envolve as relações de poder.
PSICOLOGIA SOCIAL – estudo da personalidade como manifestação e inter-relação do indivíduo e seu meio social e cultural.
SOCIOLOGIA – ciência que estuda as relações sociais, as estruturas sociais, as transformações sociais, suas formas e seus fatores.
Problema Social X Problema Sociológico
A sociologia estuda os fenômenos sociais em geral, quer sejam percebidos ou não como problemas.
Problema Social
a) Dois critérios:
1. Sentimento de indignação moral que um fato desperta em grande parte da população
2. Temor de que um fato represente uma ameaça para a coletividade
b) Um fato pode ser definido como um problema social quando ameaça interesses materiais de quem o percebe, mas também, quando põe em risco a preservação de crenças arraigadas numa população.
c) Problema social é considerado fenômeno social (problema sociológico) quando é passível de ser explicados cientificamente
Problema sociológico
a) Explicação teórica do que acontece na vida social.
b) Os problemas sociais interessam ao sociólogo quando este é capaz de transformá-los em problemas sociológicos sendo a sua pretensão explicá-los e não resolvê-los.
SOCIOLOGIA
* Filha ilustre da Modernidade
* Nunca foi uma disciplina em que há um corpo de idéias que todos aceitam como válidas, nem é o resultado linear da evolução das ciências sociais, ao contrário é com o estabelecimento das rápidas transformações econômicas, política, culturais e sociais da modernidade que possibilitou a construção dessa nova ciência como resposta intelectual e prática às novas situações.
2. A importância da acumulação primitiva de capitais e a falência das práticas mercantilistas, além da ascensão de uma nova forma de organização do espaço produtivo.
3. As transformações na propriedade privada dos meios de produção: a desapropriação de camponeses e artesãos sua concentração nas mãos da burguesia urbana e a formação de uma nova classe (proletariado).
4. As mudanças nas relações de trabalho: a predominância do assalariamento, a disciplina fabril, as péssimas condições de trabalho, o exército industrial de reserva, os baixos salários, a absorção da mão de obra feminina e infantil, a insalubridade e a legislação trabalhista.
6. Os movimentos sociais: a insatisfação quanto as condições de vida e trabalho, ‘as máquinas como origem do problema”, as primeiras organizações sindicais, a violência das manifestações e a reação da burguesia.
7. O papel do Estado: o apoio na criação de infra-estrutura para a industrialização e a repressão aos movimentos contestatórios.
- insatisfação popular quanto a precariedade das condições de vida e de trabalho (organização do movimento operário)
1. O processo de tomada do poder político pela burguesia centrando a atenção na Revolução Francesa.
2. As contradições e obstáculos do Antigo Regime ao desenvolvimento do capitalismo.
5. A hegemonia da alta burguesia e a oposição dos setores aristocráticos e populares.
6. A necessidade de manutenção do poder político e do resfriamento do ímpeto revolucionário através da utilização do próprio Estado.
A tomada do poder pela alta burguesia e a imaturidade/desconhecimento quanto as possibilidades de ação do Estado. Era necessário racionalizar a atuação do órgão estatal a fim de transformá-lo em um ponto de apoio para o progresso e a contenção dos movimentos sociais. o esvaziamento do discurso revolucionário e a ascensão de uma retórica onservadora.
C) Revolução Cultural
1. A retomada da cultura greco-latina, a hegemonia da razão, o papel do homem no universo.
2. O percurso das transformações culturais (ciência, artes, religião, etc.) a partir do fim do modo de produção feudal até o momento das revoluções burguesas
3. Os entraves para o desenvolvimento de uma mentalidade burguesa, racional, científica, pragmática e econômica.
4. Iluminismo e o caráter revolucionário de seu conteúdo: o indivíduo, a liberdade, os direitos naturais, a contraposição ás instituições, etc.
5. Desenvolvimento das ciências naturais tomando como base os métodos racionalistas, experimentalistas e naturalistas do período.
EFEITOS:
A absorção pela sociologia do método científico racionalista e sua inspiração nas ciências naturais: o experimentalismo, a tendência ao equilíbrio e à evolução. A inversão do discurso iluminista, pelos positivistas, exaltando as instituições e esvaziando a importância do indivíduo.
O PAI DO POSITIVISMO
Durante
um certo
período Comte foi secretário
particular de Saint-Simon até que se
desentenderam intelectualmente. Vários historiadores do pensamento
social têm observado
que Comte, em
boa medida, deve suas
principais idéias
a Saint-Simon. Ao contrário desse pensador, que
possuía uma faceta progressista,
posteriormente incorporada ao pensamento socialista,
Comte é um pensador
inteiramente conservador,
um defensor sem ambigüidades
da nova sociedade.
O inventor
do neologismo “sociologia”
e pai do positivismo,
também se mostra
sensível às mutações
das sociedade européias do século
XIX. Segundo Comte: “as sociedades européias se encontravam em um profundo estado
de caos social,
as idéias religiosas haviam há muito perdido sua
força na conduta
dos homens e não
seria a partir delas que
se daria a reorganização da nova sociedade, nem muito menos das idéias
dos iluministas. A propagação das idéias iluministas em
plena sociedade
industrial somente
poderia levar
à desunião entre
os homens. Para
haver coesão
e equilíbrio na sociedade
seria necessário restabelecer
a ordem nas idéias
e nos conhecimentos,
criando um conjunto
de crenças comuns
a todos os homens”.
Convicto de que
a reorganização da sociedade
exigiria a elaboração de uma nova maneira de
conhecer a realidade,
Comte procurou estabelecer os princípios
que deveriam nortear
os conhecimentos humanos.
Seu ponto de partida era a ciência e o avanço que ela vinha obtendo em
todos os campos
de investigação. A filosofia,
para ele,
deixava de ser uma atividade
independente, com
propósitos e finalidades
específicas, para ser
reduzida a uma mera disciplina
auxiliar da ciência,
tendo por função
refletir sobre
os métodos e os resultados
alcançados por ela.
A verdadeira filosofia,
no seu entender,
deveria proceder diante
da realidade de forma “positiva”. A escolha
desta última palavra
tinha a intenção
de diferenciar a filosofia
por ele
criada da do século
dezoito, que era
negativa, ou
seja, contestava as instituições sociais que
ameaçavam a liberdade dos homens. A sua filosofia positiva
era, nesse sentido,
uma clara reação
às tendências dos iluministas. O espírito positivo,
em oposição
à filosofia iluminista, não possuía caráter
destrutivo, mas
estava exatamente preocupado
em organizar
a realidade.
Em
seus trabalhos,
sociologia e positivismo
aparecem intimamente ligados, uma vez que a criação
desta ciência marcaria o triunfo final
do positivismo no pensamento
humano.
O advento
da sociologia representava para Comte o coroamento da evolução
do conhecimento científico,
já constituído em
várias áreas do saber.
“É normal que
a ‘física social’
se apresente depois das outras ciências, pois ela possui como
objeto matérias
mais complexas.”
Comte propõe e desenvolve a
classificação das ciências, a ordem é: as matemáticas,
a física, a química
e depois a biologia,
e por fim,
a mais complexa
de todas as ciências a Sociologia também
chamada de “Física
Social”.
Segundo essa classificação a ordem é da mais
simples para
as mais complexas e da mais abstrata para a mais concreta, e de uma proximidade
crescente em
relação ao homem.
Não
era apenas
quanto ao método
de investigação que
essa Filosofia Social
Positivista se aproximava das ciências da natureza
(observação, experimentação,
comparação). A própria sociedade
é concebida como um
organismo constituído de partes integradas e coesas que
funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico, por isso o Positivismo foi
chamado também de Organicismo social, reflexo
das Ciências Biológicas.
Desta forma,
o positivismo procurou oferecer
uma orientação geral
para a formação
da sociologia ao estabelecer
que ela
deveria basicamente proceder em
suas pesquisas
com o mesmo
critério que
dirigia a astronomia, a física ou a biologia rumo a
suas descobertas.
A sociologia deveria, tal como as demais ciências,
dedicar-se à busca dos acontecimentos constantes
e repetitivos da natureza.
Como
você perceberá nas páginas
seguintes, Comte considera como um dos pontos altos de
sua sociologia
a reconciliação entre a “ordem” e o “progresso”,
pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade. Para ele, o equívoco dos conservadores
ao desejarem a restauração do velho regime feudal era postular a ordem em detrimento do progresso.
Inversamente, argumentava, os revolucionários
preocupavam-se tão somente
com o “progresso”,
menosprezando a necessidade de ordem na sociedade.
A sociologia
positivista considerava que a ordem
existente era, sem
dúvida alguma, o ponto
de partida para
a construção da nova
sociedade, o progresso
constituiria uma conseqüência suave e gradual da ordem.
SOCIEDADE CIENTÍFICA E INDUSTRIAL
A reforma social
tem como condição
básica a Reforma Intelectual
Diante
do turbilhão de problemas
vivenciados pela sociedade
européia, em meados
do século XIX, vários
foram os diagnóstico levantados. Marx por exemplo,
acreditava que esses
problemas são
frutos do próprio
sistema capitalista,
só sendo possível
resolvê-los quando este
regime for completamente
destruído. Já Auguste Comte, defensor de uma sociedade industrial e científica,
pelo contrário,
não contempla esse
tipo de pensamento,
disse ele certa
vez:
“ Um
certo tipo
de sociedade, caracterizado
pelos dois adjetivos, teológico
e militar, está em
vias de desaparecer.
O cimento da sociedade
medieval era
a fé transcendental,
que ultrapassa os limites
da razão, interpretada pela Igreja Católica; e as atividades
militares. Um
outro tipo
de sociedade, científica
e industrial, está prestes
a nascer. A sociedade que nasce é científica,
no sentido em
que os cientistas
substituem os sacerdotes e teólogos como a
categoria social
que dá a base
intelectual e moral
da ordem social.
Assim como
os cientistas substituem os sacerdotes, os industriais,
no sentido mais
amplo, isto
é, os empreendedores, diretores de fábricas,
banqueiros, estão assumindo o lugar dos militares.
A partir do momento
em que
os homens pensam cientificamente, a atividade principal das coletividades deixa
de ser a guerra
de homens contra
homens, para
se transformar na luta
dos homens contra
a natureza, ou
pela exploração
racional dos recursos
naturais.”
Auguste Comte conclui, a partir da análise da sociedade em que vive, que a
reforma social tem como
condição fundamental
a reforma intelectual. A revolução ou a violência dos imprudentes
não permite reorganizar
a sociedade em
crise. Para isso é preciso
uma síntese das ciências
e a criação de uma política
positiva.
Como
muitos de seus
contemporâneos, Comte considera que a sociedade moderna está em
crise, entretanto,
encontra a explicação
dos problemas sociais
na contradição entre
uma ordem histórica
teológico-militar em vias de desaparecer e uma ordem social
científica-industrial que nasce.
Com
isso em
mente, Auguste Comte interpreta a história da Europa como
se ela absorvesse a história
de todo o gênero
humano,. e mais,
a sociedade industrial,
a sociedade da Europa ocidental,
é exemplar, e se tornará o modelo
de sociedade para todos os homens.
Na tentativa
de descobrir como
a Europa chegou a esse modo de ser superior, Comte desenvolveu a Lei
dos Três Estágios.
A combinação
da lei dos três
estágios com
a classificação das ciências tem por objetivo provar que a maneira de pensar que triunfou na matemática,
na astronomia, na física,
na química e na biologia
deve, por fim,
se impor à política,
levando à constituição de uma ciência positiva
da sociedade, a sociologia.
LEI DOS TRÊS
ESTÁGIOS
A Lei
dos Três Estágios,
corresponde a três fases
distintas percorridas pelo desenvolvimento
do conhecimento e do espírito humano.
Com isso,
Comte acreditava ter descoberto
“uma grande lei
fundamental ou
universal” da evolução
da sociedade.
Cada
um dos três
estágios de sua
lei possui características
próprias, até mesmo,
opostas entre si.
Os três estágios
são: (a) o Teológico
ou Fictício,
(b) o Metafísico ou
abstrato, (c) o Positivo
ou científico.
a) Teológico ou Fictício
O estágio
Teológico é considerado o mais primitivo,
no qual os fenômenos
são explicados por
meio de agentes
sobrenaturais, como
deuses e espíritos,
a quem são
creditadas todas as anomalias.
Os fenômenos
naturais são
explicados de acordo com a imaginação,
por exemplo:
os índios Kaxinawas, no Acre, explicam a origem
do Raio como
os kaxinawas que estão no céu e não
deixam de trabalhar. Quando
o machado escapole e faz brecha, cai o relâmpago na terra, fazendo o estrondo que é o trovão.
O cupim vem, tapa
o buraco e o trovão
passa.
Assim
sendo, o estado teológico
seria aquele em
que os homens
atribuíam aos deuses as causas dos diversos
fenômenos vivenciados no dia-a-dia. Na busca
última para tudo, chegou-se à elaboração
do monoteísmo, unificando as diversas divindades num só
Deus.
b) Metafísico ou Abstrato
Comte não
define muito bem
esta fase, para ele o estágio Metafísico é apenas
um período de
transição do estágio
Teológico para
o Positivo.
Entretanto,
conseguimos estabelecer algumas características,
por exemplo,
no estágio Metafísico
ou Abstrato
os fenômenos são
explicados por meio
de entidades abstratas, como a natureza,
e não mais
por agentes
sobrenaturais. O abstrato
ocupa o lugar do concreto,
e a argumentação, o da especulação. Lembrando que,
essa fase é apenas
transitória. Aplicado à sociedade,
esta fase adolescente,
transitória e desordenada corresponde a um estado militar.
c) Positivo ou
Científico
Depois
do estágio de transição
(o Metafísico), o espírito
humano chega
ao último estágio,
o Positivo, no qual
os fenômenos são
explicados a partir de leis
demonstradas experimentalmente. Isso faz
com que
o homem renuncie-se à busca das explicações
absolutas, da origem e da finalidade do mundo,
e das causas primeiras dos fenômenos, contentando-se em
estabelecer as leis
que o governam.
Aqui,
são introduzidas duas noções importantes
ao sistema positivo
de Comte, isto é, a observação
e a experimentação, próprias do conhecimento
científico, que
subordinam a imaginação e a especulação até
então predominantes.
Segundo
Comte, todas as formas de conhecimento passaram pelos
dois primeiros
estágios e vieram a se constituir
definitivamente no último.
Dessa forma, as sociedades
evoluem de acordo com
a “grande lei
fundamental” a Lei
dos Três Estágios.
Comte acredita ainda, que os indivíduos também
passam por essa lei
fundamental de evolução
- a infância como
nosso estágio
teológico; a juventude
como o metafísico,
e a idade adulta
como o positivo.
No plano
histórico, este
estado está em
conformidade com
a sociedade industrial.
No seio podem novamente
impor-se a ordem e o consenso. Tendo os industriais
suplantados os guerreiros, os seres humanos não farão mais
a guerra para
obter poder e riqueza, mas irão cooperar para dominar
a natureza e produzir
em abundância
para todos.
ORDEM E PROGRESSO
A Sociologia
de Comte está relacionada com o caráter reorganizador
da sociedade e das instituições,
pois o autor via na Filosofia Positiva um instrumento para que o homem
fosse reeducado para reorganizar
as estruturas políticas
e sociais visando à ordem
e ao progresso sociais.
O Positivismo propunha, enfim,
um modelo de ação humana, uma ordem mundial, uma nova
forma de relação
dos homens entre
si e dos homens
com o mundo.
Apesar
do otimismo em
relação ao caráter
apto e evoluído da sociedade
européia, o desenvolvimento industrial gerava, a todo
momento, novos
conflitos sociais.
Os empobrecidos e explorados (camponeses e operários)
organizavam-se exigindo mudanças políticas
e econômicas. Auguste Comte respondeu a tais
pressões com
as idéias de ORDEM
E PROGRESSO.
Com
essa idéia, Comte mostra
dois tipos de
movimentos na sociedade.
O estático que
procuraria ajustar todos
os indivíduos às condições
estabelecidas, garantindo o melhor funcionamento da sociedade,
o bem comum e
os anseios da maioria
da população. E o dinâmico
levaria à evolução transformando as sociedades, segundo
a lei universal
ou a “grande
lei fundamental”,
da mais simples
à mais complexa,
da menos avançada
à mais evoluída.
Esses
dois movimentos
revelariam que a ordem
seria o princípio que
rege as transformações sociais, princípio esse,
necessário para a evolução social
ou o progresso.
Essa ordem implicaria o ajustamento e a integração dos componentes
da sociedade a um
objetivo comum.
Os movimentos reivindicatórios, os conflitos e as revoltas
deveriam ser contidos sempre
que pusessem em
risco a ordem
estabelecida ou o funcionamento
da sociedade, e ainda,
quando inibissem o progresso.
As instituições
que mantêm a coesão
e garantem o funcionamento da sociedade, por exemplo, família,
religião, propriedade,
linguagem, direito,
etc., seriam responsáveis pelo
movimento estático
da sociedade. Comte relacionava os dois
movimentos vitais
de modo a privilegiar
o estático sobre
o dinâmico, a conservação
sobre a mudança.
Isso significava que,
para ele, o progresso deveria aperfeiçoar
os elementos da ordem
e não destruí-los.
Assim
se justificava a intervenção na sociedade sempre que fosse necessário assegurar a ordem ou promover o progresso. A existência
da sociedade burguesa industrial
era defendida tanto
em face
dos movimentos reivindicatórios que aconteciam em
seu próprio interior , quanto
em face
da resistência das sociedades
agrárias e pré-mercantis em aceitar o modelo industrial e urbano.
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